No comando do G20, Lula vai priorizar combate à pobreza e às mudanças climáticas

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Presidência do Brasil no G20 começa em 1º de dezembro e vai até 30 de novembro de 2024. Estão previstas mais de 100 reuniões oficiais em várias cidades brasileiras, incluindo a 19ª. Cúpula no Rio de Janeiro, em novembro de 2024.

Clipping publicado no Fórum 21

No próximo dia 1º de dezembro, o presidente Lula irá assumir a presidência do G20. Seu mandato à frente das 20 maiores economias do mundo se estende até o dia 30 de novembro de 2024. A tarefa é imensa, estão previstas mais de 100 reuniões oficiais em várias cidades brasileiras, incluindo a 19ª. Cúpula dos Chefes de Estado e de Governo nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro.

Para tal, nesta quinta-feira (23), foi instalada em Brasília, a Comissão Nacional para a Coordenação da Presidência no G20, com representantes de todos os ministérios. O governo brasileiro pretende criar forças-tarefas, conforme destaca a agência Reuters: uma contra a fome e as desigualdades e pela inclusão social; outra contra as mudanças climáticas. Lula também pretende pressionar pela reforma da governança global. “Espero que possamos abordar as questões das quais precisamos parar de fugir e tentar resolver”, afirmou o presidente nesta manhã.

“Não é mais humanamente explicável um mundo tão rico, com tanto dinheiro atravessando os atlânticos a gente ter tanta gente ainda passando fome”, complementou.

“Lula tem criticado as falhas de governança global por parte de organismos como as Nações Unidas, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), e tem insistido na necessidade de expandir o Conselho de Segurança permanente da ONU. ´Não é possível que as instituições de Bretton Woods, o Banco Mundial, o FMI e muitas outras instituições financeiras continuem a funcionar como se nada estivesse a acontecer no mundo, como se tudo tivesse sido resolvido´, afirmou”, destaca a reportagem (Leia a íntegra).

ATAQUES AO SUPREMO

A agência britânica de notícias já havia destacado, nesta quarta-feira (22), a emenda constitucional aprovada pelo Senado, por 52 a 18 votos, para limitar as decisões dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O projeto determina que leis ou medidas decididas pelo Congresso sejam anuladas somente por um plenário do STF, ou por uma câmara de ministros, e não mais por apenas um deles como acontece hoje. A Reuters observa que “a legislação faz parte de uma reação de um Congresso liderado pelos conservadores contra um judiciário que desempenhou um papel decisivo na contenção dos ataques ao sistema de votação democrático do Brasil pelo ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro” (Leia a íntegra).

Nesta manhã, o ministro Barroso foi categórico: “O Supremo Tribunal Federal não vê razão para mudanças constitucionais que visem a alterar as regras de seu funcionamento. Num país, com demandas importantes e urgentes, que vão do avanço do crime organizado à mudança climática que impactam a vida de milhões de pessoas, nada sugere que os problemas prioritários do Brasil estejam no Supremo Tribunal Federal”. (Leia na Agência Brasil)

DIREITOS HUMANOS

O Brasil resgatou quase 1.000 latino-americanos em situação de escravidão trabalhista na última década, aponta o periódico chileno El Mercurio, em sua edição nesta quinta-feira, com base em reportagem da Agência EFE, replicada também na agência suíça SWI. Na última década, “as autoridades brasileiras resgataram 965 imigrantes, 923 deles latino-americanos, que se encontravam em situação de escravidão laboral”, afirma o texto. Do total de estrangeiros libertados, durante as operações da Inspeção do Trabalho entre 2013 e setembro de 2023, a maior nacionalidade foi a boliviana (331 pessoas), seguida dos paraguaios (270 pessoas), haitianos (146), venezuelanos (97) e peruanos (65). Também foram libertos 37 chineses. A maioria das pessoas trabalhava nos setores têxtil e agrícola, e mais da metade trabalhava no estado de São Paulo (506). (Leia a íntegra).

MUDANÇAS CLIMÁTICAS E DESMATAMENTO ZERO

“Chegarmos à COP 28 de cabeça erguida”, é o que afirma o chefe do Ibama, Rodrigo Agostinho a Reuters. Ele lembrou que a destruição na Amazônia brasileira caiu para 9.001 quilômetros quadrados nos 12 meses até julho, o período anual oficial para medir o desmatamento em nosso país. É o nível mais baixo desde 2018, mas ainda quase o dobro dos 4.571 quilômetros quadrados de desmatamento registrado em 2012, durante o governo Dilma. “Quem sabe em um ou dois anos conseguiremos atingir os números de 2012 e trabalharemos na direção do desmatamento zero”, afirmou. (Leia a íntegra).

Já a cubana Prensa Latina destacou a proposta de enfrentamento das mudanças climáticas da Bolívia, durante o Primeiro Encontro Sul-Americano de Diálogo Político e de Defesa, em Brasília, nesta quinta-feira (23). “Propomos a criação de um Comando Conjunto Regional para prevenir e responder a desastres naturais na América do Sul. A proposta tem o apoio de vários países”, afirmou a ministra das Relações Internacionais da Bolívia, María Nela Prada. Participaram autoridades da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Suriname, Uruguai e Venezuela (Leia a íntegra).

MILEI E BOLSONARO

As comparações entre os líderes de extrema-direita Jair Bolsonaro e Javier Milei ganha o tom de algumas matérias que falam sobre o Brasil, como no jornal argentino El Diário, que traz uma gravíssima questão a seus leitores: “Assim como Jair Bolsonaro, Milei busca privatizar a mídia pública: será que consegue?”. Segundo a reportagem, “embora os meios de comunicação públicos não tenham sido centrais durante a campanha, Milei anunciou assim que foi eleito que procuraria colocá-los nas mãos dos meios de comunicação privados, no que parece mais uma ameaça do que uma decisão estratégica. Não é a primeira vez que este movimento é tentado na Argentina ou em outros países do mundo” (Leia a íntegra).

Já The Economist pergunta: Será o novo presidente da Argentina tão divisionista para consertar uma economia falida? (Leia a reportagem). E confira, na Inter Press Service (IPS), o artigo de Mário Osava sobre as diferenças entre Milei e Bolsonaro (Leia a tradução).

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

The Brazilian Report traz informações sobre o relatório dos parlamentares da Câmara, do grupo de trabalho de combate à violência escolar, apresentado nesta terça-feira (21) ao ministro da Justiça, Flávio Dino. O relatório inclui quatro projetos de lei e várias medidas, como a proibição nos meios de comunicação de se identificar os autores dos chamados incidentes de múltiplas vítimas, como tiroteios em massa, visando “evitar a promoção” e “a emulação de suas ações”. Um segundo projeto de lei, diz o texto, também define que as escolas públicas e privadas nas cidades mais violentas do Brasil devem ter detectores de metais, câmeras de vigilância e planos de prevenção da violência. Também é previsto, entre outras medidas, aumentar o orçamento para serviços de assistência psicológica e social. (Leia a íntegra)

 VIOLÊNCIA NOS ESTÁDIOS

Na norte-americana The Daily Star, o tema sobre o Brasil é a violência no Maracanã entre as torcidas brasileira e argentina, durante as eliminatórias da Copa do Mundo nesta quarta (22), que contará com a investigação da FIFA. A briga começou atrás de um dos gols durante os hinos nacionais, levando à contenção da polícia. Em resposta, os torcedores argentinos jogaram assentos sobre as forças policiais, enquanto o público entrava em campo para fugir da confusão. Leia a íntegra e veja também uma segunda reportagem, com fotos do conflito.


FOTO DE CAPA: Lula durante a abertura, nesta quinta-feira (23), da reunião de instalação da Comissão Nacional para a Coordenação da Presidência do G20, no Palácio do Planalto. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil).



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